Conheça a

Ilha do Bom Jesus

Histórico da ilha

Localizada na Baía de Guanabara, a Ilha do Bom Jesus já foi chamada de Caqueirada e Ilha dos Frades, após ter sido doada, em 1704, à Congregação dos Frades Franciscanos que ali ergueram a Igreja do Bom Jesus da Coluna.

O local atendeu, como hospital, a pessoas acometidas por doenças diversas, leprosos, escravizados e vítimas das epidemias de febre amarela e do cólera que assolaram o Rio de Janeiro em períodos diversos. Foi presídio e recebeu levas de imigrantes. Na Ilha, está localizado o Asilo dos Inválidos da Pátria, erguido por D. Pedro II para abrigar soldados egressos da Guerra do Paraguai. Após a República, a ilha entrou em decadência e foi entregue à administração militar.

Entre 1949 e 1952, a Ilha do Bom Jesus fez parte de um arquipélago aterrado para a construção da Cidade Universitária do Rio de Janeiro.

Localização

Localizada no interior da Baía de Guanabara, a Ilha do Bom Jesus, que em outros tempos foi frequentada pela família real, é hoje pouco conhecida. Carregada de história, a torre sineira da Igreja do Bom Jesus da Coluna emerge entre as árvores da paisagem.

Em 1945 começou a ser esboçada a ideia da criação de uma Cidade Universitária no Rio de Janeiro. Entre 1949 e 1952, a Ilha do Bom Jesus, junto com outras ilhas de um arquipélago da Baía de Guanabara, foi integrada por aterramento para servir de local. 

Cinco ilhas pequenas (Baiacu, Cabras, Catalão, Pindaí do França, Pindaí do Ferreira) e três grandes (Sapucaia, Bom Jesus e Fundão) formaram a grande área que adotou o nome geral de Ilha do Fundão, onde está situada a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Fonte: Google Maps (2022)

Relatos

"Os bichos cada vez mais têm menos espaços. E eles não têm culpa, porque nós que tiramos o ambiente deles. As pessoas tinham que se conscientizar mais, serem mais humanas."
Jaqueline, auxiliar de serviços gerais e frequentadora da Ilha do Bom Jesus desde 2017.
"Quando eu era mais nova, costumava ver bastantes grilos, lagartas e borboletas todos os dias. Da adolescência pra cá, diminuiu muita coisa, hoje em dia não vejo... Até para eu ver uma lagarta é muito raro agora."
Fabiana, moradora da Vila Residencial e frequentadora da Ilha do Bom Jesus desde 1990.
"Aqui temos capivaras, teiús, jibóias enormes, gambás e o quero-quero, que protegemos também. Tem a época de uma lua em que os caranguejos saem do mangue e ficam caminhando aqui. Eu ainda estou tentando gravar. Tenho fotos de peixes enormes aqui na Baía de Guanabara."
Marcelino, segurança do Parque Tecnológico desde 2012 e profundo conhecedor da biodiversidade local.
"Aqui é um lugar lindo, poderia ser mais limpo. As pessoas poderiam cuidar mais do local onde moram."
Fabiana, moradora da Vila Residencial e frequentadora da Ilha do Bom Jesus desde 1990.
"Aqui na orla, pra melhorar, para ficar bonito, seria fundamental tirar o lixo antigo, que vai e volta com a maré."
Marcelino, segurança do Parque Tecnológico desde 2012 e profundo conhecedor da biodiversidade local.​
"Aqui já vi trinca-ferro, o melro está aparecendo também, além do galo-da-campina."
Marcelino, segurança do Parque Tecnológico desde 2012 e profundo conhecedor da biodiversidade local.
"Como os alunos da UFRJ vêm pra cá dar voltas, é bom eles saberem o que há aqui. Tem gente que vem pra cá, tira foto da placa da Ambev, mas não procura saber o que é mais importante, que é a fauna e a flora."
Cláudio, trabalhador da área de serviços gerais em empresa do Parque Tecnológico desde 2020.
"A gente vê os bichos, mas não sabemos os nomes. O que mais tem aqui são pássaros e micos. São bastantes pássaros!"
Deiviane, trabalhora de uma das empresas situadas na Ilha do Bom Jesus desde 2022.
"O que chama a atenção aqui são os pássaros. A natureza é maravilhosa... você poder acordar de manhã cedo e respirar uma coisa boa, o dia fica bem agradável."
Paulo, trabalhador de jardinagem no Parque Tecnológico desde 2017.
"Vejo por aqui garças, socós, capivaras, jibóia, o botafoguinho (lavadeira-mascarada). O pássaro flamenguinho (tiê-sangue) começou a aparecer agora. O joão-de-barro vem pegar os insetos toda vez que eu vou molhas as plantas."
Robson, trabalhador de jardinagem e frequentador do Parque Tecnológico desde 1987.

Ilha do Bom Jesus: Desafios a enfrentar

O conjunto histórico da Ilha do Bom Jesus, inspirado no Hôtel des Invalides, de Paris, está em ruínas, exceto pela a Igreja do Bom Jesus da Coluna, restaurada em parceria com a Escola de Belas Artes da UFRJ.

Nos anos 2011, partes da ilha foram vendidas a empresas diversas como a L’Oréal, visando fomentar a inovação e a criação de programas de sustentabilidade. O que resta da mata atlântica ali vem sofrendo com a poluição, uma vez que toda a costa recebe as águas carregadas de lixo do rio Faria-Timbó que atravessa Manguinhos e o Complexo da Maré, chega a Canal do Cunha e deságua na Baía de Guanabara.

Instituições participantes do projeto

Realização
Financiamento
Apoio